segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Quero ser a paz que abra-se mesmo distante !

O desejo de encontrar uma alma gêmea não é o desejo de reafirmarmos a unicidade da nossa existência através de outro que é igual a nós.
É precisamente o contrário. 
É poder descansar dessa demanda.
Alma gêmea não é igual. 
É parecida. Não é um espelho.
 É uma janela. Não é um reflexo.
 É uma refracção.

Uma alma gêmea é a prova que não estamos sozinhos.
Ou seja: é a prova de que a alma existe.
 Não faz nem diz o mesmo que fazemos e dizemos — mas tem uma forma de fazer e dizer tão parecida com a nossa, que deixa de interessar o que é dito e feito. 
Uma alma gêmea faz curto-circuito com os fusíveis corpo/coração/razão. 

Não é o «quê» — é o «porquê». O estado normal de duas almas gêmeas é o silêncio - é outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. 
Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos.
Não precisa de amor nem de amizade para se entender.
As almas acharam-se.
Não têm passado.
Não se esforçaram.
 Estão!
É essa a maior paz do mundo.
Como é que um ninho pode ser ninho doutro ninho? 
Duas almas gêmeas podem ser.
As almas gêmeas quase nunca se encontram, mas, quando se encontram, abraçam-se...
Quando duas almas gêmeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver.
Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. 
A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença.
*Fragmentos/Miguel Esteves Cardoso*
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Ontem deitada em minha cama pensei comigo mesma o que eu queria ser na vida da minha  alma gêmea a resposta foi ... A maior paz do mundo dele !

Quem sabe assim saberia me dar por completa com tudo que há em mim ....
adorei os fraguamentos
deixo aqui para refletir !
Linda semana !   

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